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MARILÚ DUARTE
( Brasil – Rio Grande do Sul )
Graduada em Estudos Sociais. Curso de Letras, habilitação em Espanhol, e cursa o sexto semestre em Direito (UCPEL).
Publicou 8 livros. Seus livros de pensamentos, crônicas, peças de teatro, poesias já percorreram vários Estados do Brasil. Junto com o Projeto Cultural Sur, que tem sede no Canadá, realizou várias viagens culturais com exposição de fotos e lançamentos de livros na Argentina, Paraguai, Uruguai, Cuba, Romênia, México e Canadá.
É membro das academias: Academia Brasileira de Letras (Pelotas), ALECI (Minas Gerais), Academia Internacional de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro APERJ/5J. CBC (Pelotas), ALAP (RJ). UBE (SP), ANE (Brasília) entre outras.
Faleceu em 2019.
LETRAS DEL DESAMOR. Selección de Poesia de Autores Contemporáneos. Montevideo: Bianchi editores; Brasilia: Edições Pilar, s. d. 272 p. ISBN 99S74-663-82-2
Ex. bibl. Antonio Miranda
Divagações
Retirei as algemas que me aprisionavam,
e, deslizei pelas minhas emoções
mais inconsequentes,
fui céu, lua, fui silêncio, fui segredo,
fui estrala do universo
fui trauma, incoerência e medo...
Brilhei como um cometa,
fui a estrela guia
fui ponto de referência,
fui as três marias.
Fui veleiro, náufrago sem rumo
fui metal, ouro e objeto de consumo.
Fui maremoto, furação e tempestade,
fui ódio, receio, perdão e saudade.
Fui de Cristo a Cruz
e o crucifiquei sem receio,
mas também fui luz
e o amei com devaneio.
Fui natureza, gente,
alma, espírito e alento,
fui sensibilidade... fui passado
fui presente, fui momento.
Fui povoado, metrópole, cidade,
fui um grito sufocado,
fui o próprio pecado.
Fui o amanhecer
a noite fria
o entardecer
o orvalho
a flor
fui sobretudo... Amor!
Vida e magia
Há em nós um grito sufocado de esperança,
que dança no ritmo acelerado da existência.
Há em nós uma lágrima de despedida,
de toda uma vida que se faz história.
Há em todos nós, retalhos de sonhos
momentos felizes... tensos e tristonhos.
Há em cada ser um desejo intenso de ser feliz,
ser um ponto de chegada e um ponto de partida
ser uma lembrança, mesmo que em outra vida.
Há em todos um misto de alegria e de dor
um sorriso que não se esquece
uma dor que permanece,
e a esperança que no peito se faz gigante, e cresce.
Há tanto rancor e ressentimento
travestido de perdão,
há um toque mágico da vida
no rosto envelhecido do ancião.
Há esperança e mil sonhos no sorriso de uma criança,
há desencanto no canto não ouvido,
há tanto medo e indecisão,
no próprio gemido, há desafeto em um não,
na mentira e na desilusão,
há em todos a bondade que ilumina
uma palavra que acalma
e um simbolismo de amor em cada alma.
Há em cada um de nós, uma saudade tão sofrida,
uma gratidão incontida,
um gesto de união que humaniza e um sopro de vida
que a própria história eterniza.
Minhas mãos
Minhas mãos não se cansam
de traçar caminhos,
que não chegam
a lugar nenhum.
Colheram rosas amanhecidas
suportaram espinhos
teceram sonhos
acariciaram vidas.
Minhas mãos hoje apáticas, quase mortas.
Outrora derma acolhidas,
abriram portas,
foram pontos de chegada e também de partida.
Minhas mãos, trêmulas e tão sofridas,
guardam pedaços de luar,
uma saudade, uma lembrança
que o tempo esqueceu de
apagar.
Minhas mãos , que outras mãos seguraram,
hoje estão sós, porém mais fortalecidas;
descobriram atalhos, escreverem um livro,
plantaram uma árvore e geraram
duas vidas.
*
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Página publicada em setembro de 2022
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